quinta-feira, 10 de junho de 2010
Resenha: Ihsahn - After
Nessa coluna analisamos novidades musicais, cinematográficas ou do mundo dos games.
É sempre um bom sinal quando um músico abandona sua zona de conforto e resolve explorar áreas desconhecidas do seu próprio intelecto. Melhor ainda quando o resultado dessa busca é encarado como a maturidade musical e não simplesmente uma tentativa de acumular novos fãs. Ihsahn sempre foi um dos nomes mais respeitados dentro do Black Metal, com a sua banda, o Emperor, ele levou o estilo aos seus cantos mais remotos, iniciando o que hoje me dia é conhecido como Black Metal Sinfônico. Com a dissolução do grupo em 2001, Ihsahn se viu em um paradoxo, ele continuaria fazendo o que ele era conhecido por fazer ou ele iria mais fundo, trazendo algo novo mas que muito provavelmente afastaria seus antigos fãs e sem nenhuma garantia de que ele conseguiria novos? A boa notícia é que Ihsahn optou pela novidade e mesmo que isso realmente tenha afastado ele dos seus fãs mais leais, ele também conseguiu algo que talvez nunca tenha imaginado, trouxe a palavra "arte" para o metal extremo.
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After, lançado em março de 2010, é o terceiro disco solo do artista e seu atestado definitivo como um músico sério e comprometido com sua visão estilística. Enquanto os álbuns anteriores ainda eram tímidos em sua aproximação com o experimental, After escancara esse fato, nos joga algo novo e agora depende de nós sermos capazes de assimilar tudo o que ele propõe. Ficou pra trás qualquer semelhança com Black Metal, mas deixe isso te enganar, After é um disco extremo em todos os sentidos imagináveis. Mesmo que a sonoridade esteja mais próxima de bandas como Opeth e Green Carnation, seria injustiça nossa categorizar essas três bandas dentro de um mesmo gênero. After é um disco incategorizavel e qualquer tentativa minha de rotular ele vai soar amadora e no fim das contas, completamente errada.
Não é de hoje que músicos de Black Metal tem se aventurado em vertentes mais progressivas do seu gênero, no geral, essa experiência tem sido muito bem recebida pelos críticos mas tem afastado e alienado vários fãs. Parte desse tipo de reação vem por conta dos vocais, o que antes era berrado passou a ser cantado, esse é um problema que Ihsahn não tem aqui. A maioria das músicas são cantadas no já famoso estilo "Capeta Enfurecido" que tornou o músico popular, mesmo que em diversas (mesmo) partes do álbum ele demonstre suas capacidades como vocalista empregando diversons tons e efeitos, o grande trunfo do disco está em sua parte instrumental.
Ihsahn é notoriamente conhecido por ser um guitarrista extremamente virtuoso, mesmo que em seus discos com o Emperor isso ficasse maquiado em baixo de um número excessivo de overdubs, sua fama como guitarrista já é lendária. Aqui ele está impossível! Riffs de guitarras complexos, quase com uma pegada de Thrash Metal, são a marca de After. Uma boa novidade para quem está cansado dos "Chunk Chunk" e "Bulululus" dos discos hoje em dia. E como a cereja em cima do bolo, ele não está sozinho, a banda inteira que ele recrutou para tocar em After é excelente, com destaque absoluto para Jorgen Munkeby, pasmem, o SAXOFONISTA do grupo!
Para sumarizar o álbum de uma maneira que fique simples de entender, After é o que o King Crimson seria se o Robert Fripp tivesse nascido na Noruega dos anos 80. Na minha opnião, o destaque do disco é a maravilhosa "Frozen Lakes on Mars", mas todo o resto do álbum é igualmente brilhante. Se há espaço para uma reclamação, é de que o disco é um pouco longo demais, e quando se trata de algo tão intenso musicalmente, acaba se tendo, a primeira audição, a impressão de que muitas músicas são indistinguiveis uma das outras. Eu recomendo After para todo mundo que está com a cabeça aberta para os novos possíveis rumos do metal.
Faixas do álbum
1. The Barren Lands (5:12)
2. A Grave Inversed (4:25)
3. After (4:47)
4. Frozen Lakes on Mars (5:54)
5. Undercurrent (10:00)
6. Austere (6:16)
7. Heavens Black Sea (6:15)
8. On the Shores (10:12)
Tempo Total 53:04
Site Oficial
É sempre um bom sinal quando um músico abandona sua zona de conforto e resolve explorar áreas desconhecidas do seu próprio intelecto. Melhor ainda quando o resultado dessa busca é encarado como a maturidade musical e não simplesmente uma tentativa de acumular novos fãs. Ihsahn sempre foi um dos nomes mais respeitados dentro do Black Metal, com a sua banda, o Emperor, ele levou o estilo aos seus cantos mais remotos, iniciando o que hoje me dia é conhecido como Black Metal Sinfônico. Com a dissolução do grupo em 2001, Ihsahn se viu em um paradoxo, ele continuaria fazendo o que ele era conhecido por fazer ou ele iria mais fundo, trazendo algo novo mas que muito provavelmente afastaria seus antigos fãs e sem nenhuma garantia de que ele conseguiria novos? A boa notícia é que Ihsahn optou pela novidade e mesmo que isso realmente tenha afastado ele dos seus fãs mais leais, ele também conseguiu algo que talvez nunca tenha imaginado, trouxe a palavra "arte" para o metal extremo.
After, lançado em março de 2010, é o terceiro disco solo do artista e seu atestado definitivo como um músico sério e comprometido com sua visão estilística. Enquanto os álbuns anteriores ainda eram tímidos em sua aproximação com o experimental, After escancara esse fato, nos joga algo novo e agora depende de nós sermos capazes de assimilar tudo o que ele propõe. Ficou pra trás qualquer semelhança com Black Metal, mas deixe isso te enganar, After é um disco extremo em todos os sentidos imagináveis. Mesmo que a sonoridade esteja mais próxima de bandas como Opeth e Green Carnation, seria injustiça nossa categorizar essas três bandas dentro de um mesmo gênero. After é um disco incategorizavel e qualquer tentativa minha de rotular ele vai soar amadora e no fim das contas, completamente errada.
Não é de hoje que músicos de Black Metal tem se aventurado em vertentes mais progressivas do seu gênero, no geral, essa experiência tem sido muito bem recebida pelos críticos mas tem afastado e alienado vários fãs. Parte desse tipo de reação vem por conta dos vocais, o que antes era berrado passou a ser cantado, esse é um problema que Ihsahn não tem aqui. A maioria das músicas são cantadas no já famoso estilo "Capeta Enfurecido" que tornou o músico popular, mesmo que em diversas (mesmo) partes do álbum ele demonstre suas capacidades como vocalista empregando diversons tons e efeitos, o grande trunfo do disco está em sua parte instrumental.
Ihsahn é notoriamente conhecido por ser um guitarrista extremamente virtuoso, mesmo que em seus discos com o Emperor isso ficasse maquiado em baixo de um número excessivo de overdubs, sua fama como guitarrista já é lendária. Aqui ele está impossível! Riffs de guitarras complexos, quase com uma pegada de Thrash Metal, são a marca de After. Uma boa novidade para quem está cansado dos "Chunk Chunk" e "Bulululus" dos discos hoje em dia. E como a cereja em cima do bolo, ele não está sozinho, a banda inteira que ele recrutou para tocar em After é excelente, com destaque absoluto para Jorgen Munkeby, pasmem, o SAXOFONISTA do grupo!
Para sumarizar o álbum de uma maneira que fique simples de entender, After é o que o King Crimson seria se o Robert Fripp tivesse nascido na Noruega dos anos 80. Na minha opnião, o destaque do disco é a maravilhosa "Frozen Lakes on Mars", mas todo o resto do álbum é igualmente brilhante. Se há espaço para uma reclamação, é de que o disco é um pouco longo demais, e quando se trata de algo tão intenso musicalmente, acaba se tendo, a primeira audição, a impressão de que muitas músicas são indistinguiveis uma das outras. Eu recomendo After para todo mundo que está com a cabeça aberta para os novos possíveis rumos do metal.
Faixas do álbum
1. The Barren Lands (5:12)
2. A Grave Inversed (4:25)
3. After (4:47)
4. Frozen Lakes on Mars (5:54)
5. Undercurrent (10:00)
6. Austere (6:16)
7. Heavens Black Sea (6:15)
8. On the Shores (10:12)
Tempo Total 53:04
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1 comentários:
AChei extraordinário o trabalho.... de fato é mais do que música é arte!!!
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