quarta-feira, 16 de junho de 2010

Resenha: Orphaned Land - The Never Ending Way of ORWarriOR

Nessa coluna analisamos novidades musicais, cinematográficas ou do mundo dos games.

Depois de dois lançamentos impecáveis que eu trouxe para vocês através dessa coluna, eu trago um disco dos quais eu tenho sentimentos e reações mistas. Por um lado eu considero The Never Ending Way of ORWarriOR (que por motivos óbvios, eu chamarei de ORWarriOR) um dos discos mais originais já produzidos por uma banda claramente inspirada em Dream Theater, por outro lado é um dos discos menos originais que eu já ouvi de uma banda claramente inspirada em Dream Theater. Não fez nenhum sentido pra você? Eu imaginei. Tentarei explicar de uma maneira mais eloquente pelos próximos parágrafos. Mas antes, deixe-me falar um pouco sobre a banda.

Para todos os intuitos imagináveis o Orphaned Land sempre foi uma banda de "White" Metal. Proveniente de Israel, todos os lançamentos anteriores da banda eram basicamente religiosos, mesmo sem poderem ser considerados pregação judaica, eles eram mais como musicalizações de passagens bíblicas. Para esse lançamento, a banda resolveu mudar um pouco o foco e lançou um álbum conceitual (o segundo deles) com temas e abordagem quase que exclusivamente políticas, tirando por uma pequena passagem (e em árabe) em que eles falam sobre Allah, esse disco é completamente "Deus-Free". Se isso é bom ou ruim, depende de quem está ouvindo, como eu poderia não me importar menos com um disco conceitual sobre o dilúvio de Noé (sim, o disco anterior deles) para mim é uma coisa boa.


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Para quem já está familiarizado com a banda, a fórmula continua a mesma, para quem não conhece, o Orphaned Land costuma misturar passagens retiradas diretamente do Images & Words do Dream Theater e juntar elas com temas extremamente originais que remetem a música Árabe. Nessas passagens é que a banda mostra a sua cara e nos entrega algo único, envolvente e extremamente atmosférico. A diferença é que ao contrário dos outros discos, em que os elementos árabes estavam integrados em praticamente todas as músicas, aqui existe uma separação mais óbvia. Alguma faixas são exclusivamente progressivas (mesmo que o vocalista empregue na paior parte de seu repertório, vocais guturais) e outras faixas acabam sendo exclusivamente "Orientais". Aí que entra o maior problema do disco na minha opnião, ele é ENORME, qualquer dia eu farei um "Filosofando" sobre discos não serem filmes nem livros. Mas basicamente, o álbum é longo demais para ser ouvido de começo a fim sem se tornar massante. O que acontece é que algumas faixas acabam se tornando prioridade e você acaba pulando várias para ir direto na que você deseja ouvir. Pelo menos pra mim, eu acabei pulando quase todas as músicas "exclusivamente prog", principalmente por elas não trazerem nada de realmente novo para o gênero.

Em contra-partida as faixas que se destacam são fantásticas. Em sua maioria, elas são um pouco mais curtas e tendem a ser dominadas pelo vocal feminino da cantora Yeminish, Shlomit Levi. Outro motivo para ocorrer esse tipo de separação, é que como muitos álbuns conceituais por aí, a história de ORWarriOR é quase impossível de se identificar apenas ouvindo ao disco. Eu sei que se trata sobre o fim da guerra em Israel e a criação de uma nova Jerusalém, mas no terceiro ato do disco, acaba entrando referências a Era Hiboriana e os Cimérios! Então minha linha de pensamento acaba sendo interrompida e eu realmente não sei o que está acontecendo.

Apesar dos pesares, ORWarriOR é um álbum bem acima da média e definitivamente melhor que qualquer esforço do Dream Theater nos últimos 6 anos. Provavelmente minha indiferença as faixas exclusivamente progressivas venha do fato de que eu já ouvi praticamente tudo no gênero e ele me traga poucas novidades, mas para quem conhece apenas os lançamentos dos grupos mais famosos do estilo, essas faixas podem ser tão interessantes (ou até mais) do que as músicas mais étnicas do disco.

Faixas do álbum

[Part I: Godfrey's Cordial - An ORphan's Life]
1. Sapari (4:04)
2. From Broken Vessels (7:36)
3. Bereft in the Abyss (2:45)
4. The Path Part 1 - Treading Through Darkness (7:27)
5. The Path Part 2 - The Pilgrimage to Or Shalem (7:45)
6. Olat Ha'tamid (2:38)

[Part II: Lips Acquire Stains - The WarriOR Awakens]
7. The Warrior (7:11)
8. His Leaf Shall Not Wither (2:31)
9. Disciples of the Sacred Oath II (8:31)
10. New Jerusalem (6:59)
11. Vayehi Or (2:40)
12. M I ? (3:27)

[Part III: Barakah - Enlightening The Cimmerian]
13. Barakah (4:13)
14. Codeword: Uprising (5:25)
15. In Thy Never Ending Way (Epilogue) (5:09)

Tempo Total 78:22

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